sábado, 22 de fevereiro de 2014

Vai tudo corrido

Tenho que fazer uma limpeza ali naquela barra da direita. Estou farta de ler blogs de gente cínica e com a mania. São todos perfeitos, são todos os melhores, super inteligentes, alunos brilhantes, óptimos profissionais, carreiras promissoras, com as quais de sentem muito realizados (mesmo que seja a trabalhar no Mc Donalds), ganham todos cinco vezes acima da média, lêem dez livros por mês (ou mais, que dez é pouco), conduzem carros alemães, têm uma empregada doméstica de quem gostam de falar no blog, moram todos em sítios chiques, têm Bimbys, iPhones, iPads, passam a vida às compras, compras não podem faltar, nem que seja para comprar mais um par de sapatos cor-de-rosa para juntar aos outros cinco iguaizinhos que lá estão em casa, frequentam os melhores restaurantes, nunca olham para preços de nada, afinal são quase mais ricos que o Bill Gates, fazem pelo menos três viagens fantásticas por ano, uma delas aos states para reabastecerem o stock de perfumes e cremes milagrosos para mostrar no blog, são pessoas muito positivas, defensores dos fracos e oprimidos, mas há que gozar com alguém de vez em quando, também faz falta, só fazem posts sobre assuntos da actualidade, ou então posts irónicos onde ridicularizam todos os outros, que são uma cambada de energúmenos, básicos, de certeza que moram na amadora, são pessoas muito resolvidas com a vida, ninguém tem dúvidas, só opiniões formadas, e são senhores da razão, adoram comentários fofinhos, a maior parte vindos de outros bloggers (aliás é assim que se obtém visualizações), mas se alguém ousa discordar ou dizer mal deles está o caldo entornado, porque isso é violência gratuita, se gostam encham-me o ego, se não gostam vão-se encher de moscas. Toda uma cultura snob portanto.
Enfim, é de facto um espelho da sociedade, e eu cada vez tenho menos paciência para gente assim. Eu sei que não vou longe, eu sei que quem se safa nesta vida papa disso tudo. Eu sei que hei-de ser "a do contra", que rema contra a maré, que não quer ter pessoas assim para amigas (o ideal era não tê-las de todo na minha vida mas isso já é mais complicado). Eu sei isso tudo. Mas tenho esperança que hajam mais uns quantos como eu, não preciso de muitos, não faço colecção de amigos.
Começo numa ponta e acabo noutra, safam-se poucos. É preciso é que a paciência venha até mim. Há dias em que esta coisa dos blogs me cansa.

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